ENGENHARIA DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES

Engenharia do Conhecimento nas Organizações

             A Engenharia do Conhecimento, sendo utilizada na nas organizações, adota metodologia, linguagem e ferramentas apropriadas para desenvolver soluções, aplicativos de gestão, que possibilitam a disseminação dos conhecimentos em toda organização, de forma objetiva e funcional.

          Tendo a interdisciplinaridade como abordagem da Engenharia do Conhecimento, há necessidade de formas, técnicas, para desenvolver conhecimentos e sistemas que possam atender aos objetivos da Gestão do Conhecimento nas organizações, permitindo representar o conhecimento, tornando-o acessível para um número maior de colaboradores e possa ser aplicável.

          Esses compartilhamentos, em nível de informação, são destinados a pessoas e computadores, facilitando a compreensão e reutilização de informações, com destaque ao processamento por computadores, que estão associados a Inteligência Artificial, cujas origens da Engenharia do Conhecimento faz parte, na busca pela modelagem da inteligência.

Depois de alguns anos de atividades no setor produtivo e acadêmico resolvi organizar em livro os conhecimentos, habilidades, ferramentas e metodologias fundamentais na área de gestão da qualidade, tanto para estudantes, como para profissionais, gestores, empreendedores que entendam que a implementação da cultura da qualidade nas organizações tem grande importância, pois, altas tecnologias da informação, comunicação e gestão para serem utilizadas necessitam das pessoas, de seu envolvimento e compromisso em oferecer o melhor para seus clientes.

        A gestão do conhecimento e a gestão da qualidade são temas que ocupam grande espaço nas estratégias empresariais e dos gestores. Mais informações, acesse o artigo dessa página.

        Então, vamos nos direcionar para o objetivo que a abordagem do conhecimento para os ambientes organizacionais e precisamos entender como o conhecimento se processa nos seres humanos e estende para as corporações empresariais, nações e nos diversos campos.

          Na depuração do conhecimento detido pelo ser humano é possível identificar simplificadamente dois tipos: o conhecimento explícito, ou codificado, que se refere ao conhecimento transmissível em linguagem formal, sistemática e o conhecimento tácito ou implícito que é aquele que possui uma qualidade pessoal, tornando-se mais difícil de ser formalizado e comunicado (FLEURY, 2002, p.139).

        Ambos conhecimentos são presentes, perceptíveis e complementares no quotidiano das organizações e promover a interação entre eles é o grande desafio da gestão do conhecimento como relata CARBONE(2009, p.82), o conhecimento tácito é “produzido pela experiência da vida, incluindo elementos cognitivos e práticos”, ou seja, são adquiridos de acordo com as experiências individuais considerando os fatores intangíveis como por exemplo as crenças pessoais, ideias, valores, julgamentos pessoais, perspectivas, intuições. E por serem intangíveis, são de difíceis formalização a não ser pela manifestação do interlocutor que detém o conhecimento.

        Aí está a grande dificuldade da gestão desse conhecimento nas organizações pois deles depende das experiências e participações dos diversos membros participantes, porém, se puderem ser transmitidas aos demais e a organização incentivar essas trocas, o resultado será revertido como fonte de sucesso e aumento da competividade entre seus pares.

         A palavra tácito tem origem do latim tacitus, que significa “silencioso” ou “não expresso em palavras”. O conhecimento tácito é, portanto, difícil ou impossível de explicar ou ensinar para outras pessoas através de métodos didáticos tradicionais e formais.

       Um exemplo de conhecimento tácito, é andar de skate, de bicicleta, pois trata-se de algo que é aprendido apenas a partir da experiência, do dom e pela tentativa e não sendo necessário o uso de instruções escritas ou orais para aprender.

       Então, pode-se entender que o conhecimento tácito pode ser subdividido em dois grupos: cognitivo técnico.

       O conhecimento tácito técnico, abrange todas as habilidades informais do chamado know-how de cada pessoa. E o conhecimento tácito cognitivo, por sua vez, é basicamente a percepção de mundo criada por cada pessoa ao longo dos anos, suas crenças, filosofias e etc. 

       Por outro lado, o conhecimento explícito é adquirido mediante a educação formal e envolve os conhecimentos reais dos fatos envolvidos e pode ser formalizado através de documentos, manuais, afirmações, especificações e pelas multimídias avançadas.

       E por sua natureza objetiva, esse conhecimento é facilmente compartilhado entre as pessoas, organizações, tornando assim, simples o processo de disseminação do conhecimento na organização.

       Há diferente atenção dada aos conhecimentos tácitos ou explícitos entre as civilizações. O povo japonês tem uma tendência em dar maior atenção ao conhecimento tácito ou implícito por entender que este leva a compreensão de sua criação no ambiente social. Por ouro lado, o povo do ocidente tem a dar maior importância ao conhecimento explícito por entender que sua formalização tem valor adicional.  Explica-se por que as organizações empresariais são vistas como uma máquina processadora de conhecimento e como um organismo vivo.

       Segundo NONAKA e Takeuchi(1997, p. 286), caberá às empresas que pretendem ser competitivas e obter sucesso nos negócios, tirar proveito de ambos os conhecimentos e incorporá-los à organização.     

       O importante é a busca do equilíbrio entre eles, pois a criação do conhecimento é proveniente da interação dos dois tipos de conhecimento apresentados para serem bem-sucedidas. 

      E mesmo que eles tenham características próprias, os conhecimentos explícitos e tácitos ou implícitos se manifestam e devem ser utilizados em conjunto.

      Para Nonaka e Takeuchi (1997) o conhecimento tácito e o explícito não podem ser vistos como partes em separadas e sim, complementares. Assim, partindo do pressuposto que o conhecimento é criado por meio da interação entre conhecimento tácito e explícito, propuseram quatro modos diferentes de conversão do conhecimento:   

        Para melhor compreensão da relação entre os conhecimentos tácitos e explícitos no ambiente das organizações quando da permuta de informações e evolução de competências, vamos detalhar a interação entre eles detalhando a espiral do conhecimento.

       O conhecimento dentro das organizações e equipe deve fluir entre os membros, para que juntos exista troca de informações e evolução de competências. Nesse contexto, algumas ações vão facilitar esse intercâmbio de informações. O conhecimento precisa ser vivenciado através da socialização, externalização, internalização e combinação, segundo NONAKA, TADEUCHI 1997:

1)Socialização do conhecimento tácito em conhecimento tácito

        A socialização é um processo de compartilhamento de experiências possibilitando assim a criação de outro conhecimento tácito baseado em outros conhecimentos tácitos tais como modelos mentais ou habilidades técnicas compartilhadas.

       O segredo para a aquisição do conhecimento tácito é a experiência. Sem alguma forma de experiência compartilhada, é extremamente difícil para uma pessoa projetar-se no processo de raciocínio de outro indivíduo.(ibid id p. 128).

2)  Externalização do conhecimento tácito em conhecimento explícito

       A externalização é um processo de transformação do conhecimento tácito em conceitos aplicados e explícitos na tomada de decisão ou resolução de atividade.

       É por meio do diálogo ou da reflexão coletiva que o modo de externalização da conversão do conhecimento normalmente é provocado.

      Dentre os quatro modos de conversão do conhecimento, a externalização é a chave para a criação do conhecimento, pois cria conceitos novos e explícitos a partir do conhecimento tácito. (idid id,  p. 128).

3)Combinação do conhecimento explícito em conhecimento explícito

      A combinação é um processo de composição de conceitos que envolve a combinação de conjuntos diferentes de conhecimento explícito em um sistema de conhecimento.

      Os indivíduos trocam e combinam conhecimentos através de documentos, reuniões, e-mails, relatórios, etc. e reconfiguram o conhecimento existente por meio do acréscimo, classificação, combinação e categorização do conhecimento explícito, o que pode levar a criação de novos conhecimentos. (ibid id, p. 129).

4)Internalização do conhecimento explícito em conhecimento tácito.

        A internalização é o processo de incorporação do conhecimento explícito ao conhecimento tácito. Quando são internalizadas nas bases do conhecimento tácito dos indivíduos sob a forma de modelos mentais ou know-how técnico compartilhado, as experiências através da socialização, externalização e combinação tornam-se ativos valiosos, influenciam a forma de agir, pensar e de ver o mundo das pessoas.

       No entanto, para viabilizar a criação do conhecimento organizacional, o conhecimento tácito acumulado precisa ser socializado com os outros membros da organização, iniciando assim uma nova espiral de criação do conhecimento (ibid id, p. 129).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

         O desafio na gestão dos conhecimentos nas organizações é traduzir em valor adicionado nas ações de cada colaborador e para isso a utilização das ferramentas da tecnologia da informação é fundamental para essa socialização em aumento da competitividade.

       A Engenharia do Conhecimento entra com sua interdisciplinaridade para fornecer as ferramentas que auxiliam nesta gestão, organizada nos aplicativos, nos softwares, nas políticas de treinamento.

        A Engenharia do Conhecimento define metodologias e ferramentas a fim de adquirir e modelar conhecimento para torná-lo independente das pessoas, bem como formalizá-lo e permitir sua apropriação por organizações ou sistemas.

       E nesse contexto, “a Engenharia do Conhecimento busca a criação de modelos formais para solução de problemas construídos através da racionalização da solução observada. Os referidos modelos podem ser definidos em dois níveis: nível do conhecimento (voltado à compreensão dos modelos pelas pessoas); e, nível simbólico (busca a mecanização do modelo voltado à eficiência na máquina” ( Conceito de Engenharia do Conhecimento – EGC (ufsc.br).

Luiz Carlos Freitas

       É Economista e Administrador, professor universitário da área de negócios, empreendedorismo, gestão da qualidade, com atuação no mercado financeiro e implementação de programa de qualidade e produtividade. Autor de artigos e conteúdos didáticos para EAD no segmento de gestão e negócios e titular site https://luizfreitasconsultoria.com.br

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